RELAÇÃO COMERCIAL PORTUGAL QUÉNIA

Segundo o INE, o Quénia foi o 97º cliente das exportações portuguesas de bens em 2021, com uma quota de 0,02% no total, ocupando a 106ª posição ao nível das importações (0,01%). Ao longo do período 2017-2021 verificou-se uma diminuição média anual das exportações de 4,4% e um crescimento de 15,9% nas importações. A balança comercial de bens foi favorável ao nosso país, tendo apresentado um excedente de 6.150 mil euros em 2021.

Na estrutura das exportações destacam-se as Máquinas e Aparelhos, os Produtos Químicos, as Matérias Têxteis, os Metais Comuns e as Pastas Celulósicas e Papel. Os principais grupos de produtos importados foram os Produtos Agrícolas, os Produtos Alimentares, os Produtos Químicos, as Máquinas e Aparelhos e os Instrumentos de Ótica e Precisão.

Em 2022, o valor das exportações de Portugal com destino ao Quénia foi de 13 milhões de euros e o das importações provenientes do Quénia de 7.733 mil euros, o que representou um excedente comercial do nosso país de 5.282 mil euros.

O crescimento e desenvolvimento da economia queniana, liderado por um dinâmico setor de serviços, criam uma janela de oportunidade para o estreitamento de relações.

Em 2023 foi assinado o Acordo Comercial entre a UE e o Quénia, que prevê o livre acesso das exportações quenianas, como o chá e o café, ao mercado europeu. Em troca, o país que é a sétima maior economia africana vai abrir gradualmente as portas, ao longo de 25 anos, às importações europeias.

PBCK – Portuguese Business Council in Kenya

Em atividade desde 2019, o Portuguese Business Council é uma associação empresarial comprometida com promover e facilitar o comércio bilateral, o investimento e o desenvolvimento empresarial entre os dois países. No início de 2022, o relançamento do PBCK após o período de pandemia, teve como resultado um aumento significante do número de membros, empresas e indivíduos, envolvidos em negócios e outras atividades que aproximam o Quénia a Portugal.

Os principais objetivos do PBCK são:

  • Promover um Conselho Empresarial bilateral Luso-Queniano e reforçar os laços entre as comunidades empresariais dos dois países;
  • Assegurar o intercâmbio direto de informações entre as respetivas comunidades relativamente à evolução geral do mercado económico;
  • Promover acordos entre empresas portuguesas e quenianas em termos de formação, know-how tecnológico, licenciamento, joint-ventures, bem como implementar iniciativas práticas destinadas a reforçar as relações económicas bilaterais;
  • Proporcionar um fórum para troca de ideias, experiências e informações, desenvolver contactos e facilitar a interação entre pessoas interessadas em melhorar o comércio e o investimento em Portugal e no Quénia;
  • Identificar e informar os membros (e outras partes interessadas) de fontes de informação apropriadas relacionadas com oportunidades, práticas e regulamentos de comércio e investimento em Portugal e no Quénia;
  • Proporcionar acesso a outros Conselhos de Membros afiliados para o intercâmbio de informação e promover estratégias e práticas de comércio e investimento dentro destes territórios;

 

Informação económica relevante sobre o Quénia

Membro da Zona de Comércio Livre Continental Africana e do Mercado Comum da África Oriental e Austral, o Quénia é a 3.ª maior economia e uma das mais diversificadas da África Subsariana, aberta e baseada, sobretudo, nos serviços e na agricultura (que se estima terem representado, em 2022, 59,7% e 18,1% do PIB, respetivamente, segundo a EIU). A agricultura representa 65% das exportações (International Trade Administration).

Hub industrial, financeiro, logístico, tecnológico e comercial da África Oriental, o Quénia é um importador líquido de trigo, combustível e fertilizantes, com os setores imobiliário e da construção a crescer. A sua estratégia centra-se no programa de desenvolvimento Kenya Vision 2030, cujos projetos respeitam a diversos setores (em especial, as infraestruturas, energia, logística, modernização do setor público e financeiro, educação e TIC).

Nos últimos 20 anos, a economia registou elevados níveis de crescimento. Após uma retoma de 7,5% em 2021, o crescimento do PIB real reduziu-se, segundo estimativas da EIU, em 2022 (5,2%) devido à desaceleração global. Já em 2023, prevê-se a sua estabilização (5,0%), dado o reforço do turismo, do comércio intrarregional e da confiança empresarial, e a quebra nos preços do petróleo importado. A atual intervenção do FMI deverá atenuar o seu risco de endividamento. Em 2023, a inflação deverá reduzir-se para 6,9%.

Como potenciais oportunidades de investimento, salientam-se os setores agrícola (ex.: equipamento e agroprocessamento), aeronáutico (componentes), das infraestruturas, da distribuição e do aprovisionamento energéticos, e das TIC (hardware e software).

Para mais informação consultar o site https://myaicep.portugalexporta.com/mercados-internacionais/ke/

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